quinta-feira, 22 de setembro de 2011



Os quadros de "Dom Luís Orione - uma vida em imagens" são de autoria da pintora Ida Marcora, estão expostos na cripta do Santuário Nossa Senhora da Guarda em Tortona - Itália. Os textos apresentados foram reunidos sob os cuidados de Pe. José Rigo.
 Pontecurone, junho de 1872. Entre as rosas que coroam a imagem de Maria, só uma se mantém fresca... "Está querendo dizer - explica Pe. Miguel Catâneo -, que Nossa Senhora Senhora prepara alguma graça especial para a nossa cidade..." De fato, passado o mês de maio, na casa dos Gazzaniga, continuava lá aquela rosa cheia de perfume. Talvez a tenha levado mamãe Carolina Orione? O fato é que em 23 de junho, nasce Luís Orione. Anos mais tarde, vendo-o tão piedoso e trabalhador, a comunidade de Pontecurone lembrar-se-á daquela rosa e da frase dita pelo Pe. Miguel. "Podemos dizer - afirmava então Dom Orione - que Nossa Senhora, nós a tivemos vizinha desde o nascimento, aliás, também antes de nascer, porque ela já estava dentro do coração de nossas mães". (p. 7)
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Pontecurone, 1878 - 1880. Mamãe Carolina Orione é uma forte trabalhadora e, ainda que analfabeta, sabe educar bem os seus filhos à oração, à pureza, e ao sacrifício, e leva com frequencia Luís à roça.
"Entre as graças que eu tive, - dirá muitas vezes Dom orione - o Senhor me deu aquela de ter nascido pobre; os de casa sempre trabalhavam para poder comer. Quando ia recolher as sobras de espigas de trigo, se eu parava para olhar os pássaros, minha mãe me dizia: 'junta, Luís, que é o nosso pão!...' Era uma mulher piedosa, mas enérgica: uma grande mãe sob todos os aspectos".
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 Pontecurone, primavera de 1880. Luís Orione, enquanto se entretém com alguns coleguinhas pelso campos, onde tremulam algumas flores brancas tipo campainhas, apanha uma e move como um coroinha que toca a campainha na missa. Estranho! Ela soa de verdade; ele toca sempre com mais vontade... "Não acreditando nos meus ouvidos - recordará mais tarde -,repeti o gesto e a flor soou de novo, para a admiração dos meus companheiros, maravilhados que a deles não fizesse o mesmo... Certamente desde então o Senhor, com aquele fato, queria me mostrar que, por sua graça, me tornaria sacerdote...".
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Pontecurone, 1882. Na pequena construção, perdida entre os campos, Luís Orione leva a Maria a homenagem das flores: no inverno não sente os rigores do frio, nem no verão o calor que assola a planície, amadurando o trigal loiro.
"À beira de uma estrada - lembrará mais tarde - tinha uma capelinha linda de Nossa Senhora: eu ia visitá-la com bom ou mau tempo. Eu pensava em ti, minha mãe querida, suspiro e palpitar da minha vida; fazia muito frio, mas eu tinha um grande calor no meu coração, ó Maria, e eu te amava..." 
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Alhiano d'Asti - Castelnuovo Calcea, 1882 - 1885. Luís Orione espera três anos, com paciência e sacrifício, que Deus lhe abra as porta de um instituto para poder estudar. No entanto conhece a dureza e a renúncia a muitas coisas entre os perigos do trabalho de calçador de ruas, porém, se aperfeiçoa na virtude.
"Nas horas vagas - lembrará - eu me refugiava aos pés do altar, rezava a Nossa Senhora pedindo que me fizesse um sacerdote, como sempre foi o meu desejo desde pequeno... Sentindo depois os rapazes dizerem blasfêmia, eu corria para a igreja para lavar a boca com água benta..."   
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Casalnoceto, inverno 1884-1885. Luís Orione ouviu sua tia Josefina e as senhoras da fazenda São Carlos dizerem que perto da cidade existem as ruínas do santuário de Nossa Senhora da Fogliata; ele sobe então ao sótão e olha na escuridão, prometendo ir rezar no dia seguinte naquelas ruínas seultadas sob a neve.
"Nossa Senhora - lembrará Dom Orione - parecia dizer: - Entrega-te todo a mim, que eu te farei sacerdote; mais tarde virás honrar-me, virás anunciar as minhas misericórdias no novo santuário... - E, voltando-me para onde aparecia, fiz minha promessa de consagração...". 
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Casalnocete, inverno 1884 - 1885. De fato, no dia seguinte, bem cedo, Luís Orione descobre em meio à neve as ruínas da antiga igrejinha dedicada à Virgem da Fogliata. E lhe diz: "Faz-me sacerdote, querida Senhora, e eu, para lhe agradecer, reconstruirei sua casa". Cumprirá a promessa em 1907.
"Nossa Senhora - dirá anos mais tarde Dom Orione de si mesmo - ajudou aquele menino pobre, que se tornou sacerdote e não esqueceu a Fogliata e falou muitas vezes, inclusive do púlpito, ao pvo de Casalnoceto, animando-o a reconstruir a igreja de Nossa Senhora...". (p. 13)
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Casei Gerola, primavera de 1885. Luís Orione sabe que a vocação, Dom de Deus, passa sempre pelo coração de Maria. Por isso o pedido para ela diante do Santuário de Nossa Senhora das Graças de Santo Agostinho, fechado, enquanto a mãe se preocupa em procurar o apoio de P. Milanês, pároco de Molino dei Torti: "Precisa se tornar donos do coração de Nossa Senhora - dirá sempre -; do Coração de Jesus que faz aquilo que ela deseja... Apoiando a cabeça na porta daquela igreja, pedi à Virgem de fazer-me um sacerdote...", prometendo restaurar aquela igreja, como aconteceu em 1944. (p. 14)
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Voghera, abril de 1886. Luís Orione - que em setembro de 1885 foi acolhido no pequeno convento dos Padres franciscanos - espera com ansiedade vestir o hábito do Seráfico de Assis. Infelizmente, porém, na quinta-feira santa, é atacado por um forte mal...
"Estava na minha pequena cama, com uma pulmonite aguda... Vieram com urgência meu pai e minha mãe, chorando... Os frades, dizendo que eu não escaparia, trouxeram-me a roupa para vestir-me depois de morto... Mas, um dia em que me encontrava pior, de repente, vi desaparecer a parede e me apareceu uma fila de padres jovens com sobrepeliz alvíssima, que sorriam prá mim... e comecei a melhorar..." (p. 15)
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Turim, 8 de dezembro de 1886. Devido a saúde precária, Luís Orione teve que renunciar a seguir São Francisco. Entretanto recebe a graça de ser acolhido por Dom Bosco, o santo apóstolo da juventude. Assim, com permissão do Beato Padre Rua, diante da Auxiliadora, consagra para sempre a inocência do próprio coração à Imaculada.
"Desta minha oferenda a Maria - lembrará mais tarde - devo a minha perseverança e também as muitas graças que recebi em seguida... É lá, aos pés de Nossa Senhora, que consagrei para sempre ao Senhor e à sua Igreja." (p. 16) 
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Turim, 1886 - 1889. Junto a Dom Bosco, Luís Orione se encontra muito bem e se esforça tanto nos estudos que em três anos fará o ginásio. Naturalmente também ele deve enfrentar e superar dificuldades...
"Lá no santuário da Auxiliadora, tinha uma imagem - lembrará depois - oferecida a Dom Bosco pelo Pe. Catâneo de Pontecurone", depois doada à Pequena Obra da Divina Providência e hoje venerada no nosso Instituto de Fromista (Espanha); "próximo das provas eu rezava assim: - Querida Senhora, você também é do meu lugar: nós já nos conhecemos, ajuda-me: dá-me a graça da promoção!... - e lá eu aprendi as três grandes devoções de Dom Bosco: a Jesus Sacramentado e crucificado, a Nossa Senhora, ao Papa...". (p. 17)
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Turim, 1886 - 1889. Junto do Instituto de Dom Bosco, Luís Orione participa e se inscreve em todas as atividades juvenis: pequeno clero, catequista, associações, teatro, exercícios de oratória sacra como um pequeno pregador.
"Tudo que sou - repetirá muitas vezes - aprendi com Dom Bosco, que um dia me disse: - nós seremos sempre amigos!... Ele foi o verdadeiro pai de minha alma, orientando-a com afeto sem medida; a ele, depois de Deus e de Nossa Senhora, devo se hoje sou sacerdote: e por isso não posso e não devo ser senão como ele era, se quiser ser um discípulo menos indigno de tão grande mestre...". (p. 18) 
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Turim, janeiro de 1888. Com a morte de Dom Bosco, Luís Orione foi escolhido com outros colegas para organizar o afluxo do povo. Ao cortar, porém, o pão com a mão esquerda que tencionava tocar no corpo do santo e distribuir depois aos doentes, corta o dedo indicador da mão direita.
"A ferida - contará - era grave, e sangrava muito. Muito angustiado pensei que, sem aquele dedo, não poderia me tornar sacerdote. O que fazer? Voltei-me para Dom Bosco e com muita fé pressionei o indicador sangrando em sua mão, que se manchou de sangue. No contato, o dedo cicatrizou e ficou intacto...". (p. 19)
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Tortona, 16 de outubro de 1889. Luís Orione se sente movido interiormente a entrar no seminário diocesano. Antes, porém, de vestir a batina, fica muito indeciso: parece que está cometendo uma grande afronta a Dom Bosco a quem tanto queria bem. Mas tem um sonho..."Dom Bosco, iluminado como nunca - ele descreverá -, trazia entre os braços uma veste talar, e num instante ma vestiu: não disse uma palavra, só me olhou com um sorriso dulcíssimo... Acodei em meio a um choro restaurador: afinal eu tinha certeza de que Deus me queria no Seminário Diocesano...". (p. 20)

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Tortona, 01 de Dezembro de 1891. Não podendo pagar a mensalidade do seminário, Luís Orione vai trabalhar como guardião da catedral, embora frequentando o Seminário. Exatíssimo nos seus deveres, fica muitas vezes até mais tarde a rezar. Acontece que numa noite...
"De repente escutei um barulho no escuro e passos furtivos; então eu disse: Sim, sim, pode vir mais perto: não tenho medo! Estou com alguém mais forte que você... - e mostrava o tabernáculo... Depois encontramos um ladrão escondido.
Jesus, Maria, Almas e Papa! Viver e morrer por Jesus, sacrificar-se pela nossa salvação e dos outros, trabalhar e se consumir de amor pelo Papa!" Estes serão os seus ideais. (p. 21)
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Tortona, primavera de 1892. Quanto chão já percorreu Dom Orione. Aluno de Dom Bosco, depois seminarista em Tortona e guardião da catedral. O que o Senhor deseja dele? Talvez agora comece a entender: aqueles meninos que o procuram na catedral e pelas ruas da cidade são o seu novo campo de trabalho que Deus lhe prepara!... Ele os coloca nas mãos e no coração de Nossa Senhora do Bom Conselho.
"Precisa entregar-se totalmente ao Senhor - insistia com os meninos - pelas mãos de Nossa Senhora. Ela te ajudará, se te entregares como criança nas mãos de Mãe de Deus e nossa...". (p. 22)
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Tortona, Abril de 1892. Aumentam sempre mais os meninos que correm atrás do Clérigo Luís Orione: para que não atrapalhem as funções litúrgicas dos cônegos na catedral, o Bispo Dom Bandi permite que os reúna na Igreja do crucifixo.
"A Pequena Obra - dirá mais tarde Dom Orione - nasceu aos pés do crucifixo. Os primeiros frutos daqueles meninos já foram oferecidos, e posso dizer, foram consagrados ao Senhor, aos pés do Crucifixo - que hoje se conserva no Santuário da Guarda - durante a semana santa, porque o Senhor queria mostrar-nos que a nossa vida deve consumir-se aos pés da Cruz de Jesus". (p. 23)
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Tortona, Junho de 1892. O zelo do Clérigo Orione em favor dos meninos da cidade tem o apoio do bispo Dom Bandi, interpreta e cumpre os desejos e os programas para o bem de toda a juventude da diocese. Por isto abençoa o jovem clérigo e nele todos os jovens com os quais trabalha. E muitas outras vezes renovará - apesar das incertezas naturais - a sua aprovação.
"O segredo de tudo que fizemos - responderá muitas vezes Dom Orione - é este, que nada, nada jamais se fez sem a aprovação e a bênção dos bispos e da Igreja...". (p. 24)
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Roma, Outubro de 1892. No quarto centenário das viagens de Colombo, o Clérigo Luís Orione com cinco liras e uma passagem conseguida pelo seu irmão Bento, operário da ferrovia, pode ir pela primeira vez a Roma. Quando se deu conta de que estava no Estado Pontifício, beijou o chão do vagão em sinal de amor ao Papa.
"Da Estação Central - contava - fui a pé, de noite, a São Pedro e adormeci junto às colunas da basílica, feliz por ver a casa do Papa. Mas logo vieram os guardas e mandaram retirar-me e tive que ir para um hotel, por força...". (p. 26) 
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Roma, Outubro de 1892. Luís Orione, ficou muito chateado, pois não consegue ver o Vigário de Jesus Cristo... Sem condições, passando a noite dormindo no jardim, num canto que pudesse ver a casa do Papa, lhe aparece um misterioso jovem que o conduz a uma casa na rua da missão, onde uma velhinha lhe oferece pouso... "Depois de muito tempo - lembra - tive dúvida se a velhinha não fosse Nossa Senhora... Ouso crer que aquele garoto tenha sido meu Anjo da Guarda. É verdade, estava fora da normalidade...". (p. 27)
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Roma, Outubro de 1892. Na manhã seguinte Luís Orione começa a visita aos lugares santos e à tarde vai à Igreja de São Pedro "nas cadeias", juntando-se aos outros peregrinos: ao sair, encontra um grupo de garotos, que lhe pedem um santinho.
"Chorei então - contava - ao vê-los assim abandonados e falei com eles e, já que tinha o Oratório aqui em Tortona, disse-lhes que voltaria a Roma para construir um Oratório para eles; e comprei balas e medalhas, ficando com o bolso vazio...". (p. 28)
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Tortona, 1892 - 1893. O Clérigo Orione atende no seu pequeno escritório da catedral, acolhe os meninos no Oratório, frequenta sociedades de caridade, visita os doentes do hospital da cidade e acompanha os capelães nos cárceres. E mais...
Aprendi a tocar bandolim - dizia - e me punha embaixo da janela das cadeias a tocar, assim os pobres condenados se alegravam e deixavam de lado os maus pensamentos de sua solidão... Naquele ambiente carcerário renovei os meus votos religiosos e a bondade do Senhor me encheu de misericórdias especiais". (p. 29) 
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Estamos de volta, agora continuaremos nossa Jornada em busca do Bem maior que é seguir as Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, espero que vocês retornem ao nosso Blog.

Ai de mim se não Evangelizar

JOVENS DE MOÇAMBIQUE MISSÃO ORIONITA